Para quem ainda se lembra dos senhores dos videoclubes que andaram a bisbilhotar IP´s e a fazer queixas no ministério publico....ora aí têm o resultado...até eu estou espantado.
Ministério Público considera legal partilha de música e filmes na Net
ACAPOR quer identificação dos responsáveis pelo IP
Despacho polémico promete dar que falar. ACAPOR já requereu a nulidade do inquérito e acusa o Ministério Público de ter arranjado uma maneira de adaptar a lei ao seu interesse.
27-09-2012 7:25
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O Ministério Público concluiu a partilha de cópias de filmes e músicas através da internet é legal. Isto, na sequência da queixa apresentada pela Associação do Comércio Audiovisual de Obras Culturais e de Entretenimento (ACAPOR) na Procuradoria-Geral da República contra dois mil internautas.
O despacho do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) é demolidor para as pretensões da ACAPOR, que queria que os acusados fossem identificados pelo número de IP (que permite identificar o ponto de acesso à internet de cada computador) e que assim fossem responsabilizados.
Segundo a revista "Exame Informática", que teve acesso ao despacho, para o Ministério Público é impossível investigar a distribuição e o download de cópias ilegais na Internet através do endereço de IP, já que o titular desse endereço pode não ser o utilizador da rede de partilha de ficheiros.
O Ministério Público conclui depois que os acusados não cometeram qualquer ilícito, porque é lícita a realização de cargas e descargas pelos participantes na rede para uso privado.
Nuno Pereira, director da ACAPOR, já requereu a nulidade do inquérito que deu origem a este despacho e refere que o Ministério Público apenas arranjou uma maneira de adaptar a lei ao seu interesse – e o seu interesse,diz, é não ter de mandar duas mil cartas, ouvir duas mil pessoas e fazer duas mil perícias a computadores.
Em Abril, num processo que também envolveu denúncia a partir do número de IP, o Tribunal Criminal de Lisboa aplicou uma pena suspensa de dois meses na sequência de uma queixa apresentada pela Associação Fonográfica Portuguesa contra um jovem que efectuava descargas ilegais na internet.